domingo, 28 de agosto de 2011

Ocupações de REItorias e Greves pelo Brasil mostram o caminho a seguir para unificar trabalhadores e estudantes!

A Educação brasileira vive um momento chave. O Governo Dilma/PT já cortou 3,1 bilhões da Educação Pública, apresentou o novo Plano Nacional de Educação – PNE (2011-2020) que prevê transformar em política de Estado programas de repasse de verbas para a iniciativa privada (tal como o PROUNI), de expansão precarizada nas universidades (REUNI), assim como as provas anti-democráticas (ENADE e ENEM). Além disso, o novo PNE irá criar o PRONATEC, que funcionará tal como um Prouni, só que voltado às escolas técnicas - financiando e dando isenção de impostos às instituições privadas do ensino técnico, principalmente via sistema “S” (SESC, SENAI etc.).

Desde o início desse ano diversas greves de trabalhadores da Educação pipocaram pelo país. Atualmente os servidores técnico-administrativos (em cerca de 50 universidades federais), os trabalhadores dos institutos federais de ensino (em cerca de 20 estados) e diversas categorias das redes estaduais estão em greve. Em algumas universidades os professores já entraram em greve e em 20 universidades estão com indicativo de greve. Processos de unificação das lutas entre professores, servidores e estudantes estão ocorrendo na UFPR e na UNIFESP, além de processos de luta como em Fortaleza, onde unificaram-se (em manifestação do dia 16 de agosto) estudantes e trabalhadores da Educação da rede federal, estadual e municipal. A maioria destas mobilizações e greves, porém, são dirigidas pelos governistas (CUT e PT) e para-governistas (PSTU e PSOL) o que tem dificultado seu desenvolvimento.

Nos últimos dias, diversas Reitorias já foram ocupadas pelos estudantes: IFBA (22/08), UFSC (25/08), UFF (25/08), UFPR (26/08), UFES (26/08) e UEM (25/08, cuja Ocupação foi batizada de “Manuel Gutierrez Reinoso”, estudante morto recentemente no Chile). Basta dar uma lida nas pautas de reivindicações de todas elas para vermos que o corte orçamentário e as políticas neoliberais (REUNI, Prouni, Fundações Privadas etc) do Governo Lula-Dilma já demonstram suas conseqüências diretas para as universidades públicas que sofrem com o sucateamento de suas estruturas e assistência estudantil. Insuficiência no atendimento do Restaurante Universitário, na Casa do Estudante, falta de salas de aula, de professores, de cadeiras, falta de bolsas são algumas das realidades que motivaram os estudantes para as lutas e ocupações de REItoria.

As entidades governistas (UNE e UBES) não estão participando em nenhum destes processos de mobilização. A UNE cumpre seu papel de tropa de choque do projeto neoliberal para a educação brasileira. Os para-governistas do PSTU/ANEL mantêm sua política de “unidade” com o Governo convocando a UNE para a “luta”.

A RECC alerta a todos os estudantes combativos pelo Brasil afora, que neste momento estão construindo ocupações e greves, a não caírem no “canto de sereia” e no discurso aparentemente “radical” do PSTU (ANEL) e PSOL (esquerda da UNE). A última onda de ocupações de REItorias em 2007 é emblemática quanto ao papel que tiveram os para-governistas: Para garantir a “unidade” com a esquerda da UNE o PSTU votou durante várias assembléias pela desocupação da Reitoria da USP (na época, a principal ocupação). No atual momento a bandeira da ANEL é os “10% do PIB para Educação” e seu método é mais um plebiscito legalista. A RECC participou da Plenária Nacional do ANDES (24/08) defendendo como mote central a construção da Greve Geral na Educação ao contrário dos setores para-governistas que propuseram um falido plebiscito. Aos estudantes combativos cabe a tarefa de defender a unificação das lutas estudantis e proletárias pelo método da ação direta e o enfrentamento (nas ruas, greves e ocupações) com o Governo Dilma/PT, tendo como objetivo a construção da GREVE GERAL na Educação.

TODO APOIO AS OCUPAÇÕES DE REITORIAS!
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!
ABAIXO O CORTE NA EDUCAÇÃO E O PNE NEOLIBERAL!
POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR!


Ato Unificado em Fortaleza (estudantes e trabalhadores da Educação da rede federal, estadual e municipal):

Ocupação da Reitoria da UEM:




Vídeo feito pelos estudantes da UEM:


Ocupação da Reitoria da UFSC:





            Ocupação da Reitoria UFES:
 



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Comunicado Nacional nº5 - Barrar os ataques do governo com greve geral na Educação

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Brasil, agosto de 2011 - Comunicado Nacional da RECC Nº05
www.redeclassista.blogspot.com | rede.mecc@gmail.com
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BARRAR OS ATAQUES DO GOVERNO
COM GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO



Governo ataca educação via precarização das condições de trabalho de professores e servidores

Nós, estudantes da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) acreditamos que um ataque aos profissionais na área de educação é um ataque direto à própria educação. Na verdade o Governo Dilma/PT ataca-a justamente precarizando os seus profissionais e as condições de trabalho. Portanto a mobilização dos trabalhadores da educação perante os ataques do Governo expõe que o que está em jogo é a educação brasileira, sua qualidade ou seu sucateamento.

O governo Dilma/PT já demonstrou, logo no início do mandato, a importância que dá à educação ao cortar 3,1 bilhão do setor. Não bastasse isso, mais um ataque está por vir: a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), que agrada em muito os interesses dos empresários.

O governo também tentou implementar duas Medidas Provisórias, as MP 520 e 525; a primeira, apesar de já revogada, é reeditada agora para ser aplicada em formato de Projeto de Lei - PL 1749. A MP 520 defende a privatização dos Hospitais Universitários (HUs) através da criação de uma empresa de capital misto para administrar os hospitais e a MP 525 pretende aumentar o número de professores substitutos de 10% para 20% nas Universidades Federais. Agudizando o processo de privatização na educação temos o Pronatec, que é uma extensão tecnicista do PROUNI, transferindo verba pública para instituições privadas por via de isenção fiscal. Privatização do sistema público, precarização do trabalho e desorganização sindical são as bases do neoliberalismo e ganham materialidade nas propostas de Dilma/PT para Educação brasileira.


De FHC à Dilma: privatização para atender aos interesses do capital

Como parte do ataque à Educação pública, está em tramitação no Congresso Nacional o novo PNE (2011-2020), apresentado pelo ministro Haddad no final do ano passado para entrar em vigência a partir de 2011. O PNE possui 20 metas que representam os interesses econômicos das burguesias nacional e internacional, como se constata tanto pelo seu conteúdo como pelo modo que foi formulado e aprovado.

Seguindo as diretrizes internacionais do capital, o novo PNE é uma macro-política de Estado neoliberal clara. Ainda que os governos petistas e seus defensores (CUT e UNE) insistam nas supostas diferenças entre o “neoliberal” FHC e a nova era “popular democrática”, é visível que as políticas educacionais e as tendências gerais na era petista (Lula e Dilma) dão continuidade e aprofundamento à era FHC (aumento do setor privado empresarial no ensino superior, novas formas de financiamento e gestão que desmontam a coisa e o interesse público, a mesma parca porcentagem do PIB para a educação etc.). O próprio PNE foi, após a "redemocratização", uma forma de política educacional aplicadapela primeira vez no governo FHC.


As ilusões governistas na CONAE e a atual luta dos trabalhadores da Educação

Mesmo assim, diversos movimentos de trabalhadores depositaram todas as suas esperanças na CONAE - Conferência Nacional da Educação, buscando construir um PNE diferente do que foi no governo FHC e votando pelos 10% do PIB para Educação. No entanto, o governo apresentou ao Congresso a proposta da CONAE de 7% do PIB, dentre outras modificações. E tudo continua como está. Quantas armações a mais os trabalhadores terão que experimentar para entenderem que esses fóruns tripartites não são espaços em disputa - pelo contrário, são espaços de cooptação do governo desgastando e iludindo os trabalhadores.

Os trabalhadores responderam a esses ataques do Governo Federal. Os servidores das universidades públicas federais (FASUBRA) paralisaram nacionalmente sua categoria no começo de junho, e mesmo a direção governista da FASUBRA tendo vencido o indicativo de suspender a greve, várias categorias de base resolveram prosseguir, como os servidores da UFC que lutam, entre outras pautas, contra a privatização dos HUs.

Os trabalhadores das escolas federais (IFs, Pedro II) ligados ao SINASEFE também deflagraram greve em julho, mas iniciando o movimento paredista no começo de agosto. Os servidores públicos federais, de maneira geral, vem sendo uma das categorias mais atacados pelo governo Federal de Lula-Dilma/PT. Esse processo não é exceção na Educação. Já está tramitando um PL que prevê o congelamento por 10 anos nos gastos (PL529/2009) e outra PL que propõe a demissão dos servidores por avaliação de insuficiência (PL 248/98), uma lógica completamente mercadológica. Pondo em cheque os trabalhadores da Educação brasileira e consequentemente toda a educação nacional.

Os professores das Universidades Públicas Federais também iniciaram o ano sendo atacados pelo Governo Dilma/PT. Pois a Medida Provisória 525, criada no seu governo, aumenta o número máximo de professores substitutos de 10% para 20% da categoria. A lógica do substituto é a mesma da terceirização: superexploração do trabalho e desorganização sindical. Como se já não bastasse há três anos o Governo do PT não reajusta o salário dos professores sobre a inflação, diminuindo na prática seus salários.

Apesar do Governo Lula/PT ter cedido um famigerado piso nacional para os docentes das redes estaduais de ensino que abarcava pouco mais de 1000 reais mensais e 1/3 da carga horária para planejamento de aula, em vários estados a lei do piso não vem sendo cumprida. Por isso e dentre outros motivos específicos os professores estaduais do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Ceará, de Santa Catarina etc. estão ou estavam recentemente em greve realizando grandes mobilizações em seus estados.


Unir estudantes, professores, servidores e terceirizadas na luta pela Educação

É necessário construirmos meios organizativos para romper com o economicismo estreito e discutirmos todas essas mobilizações e greves na educação a partir de uma perspectiva do conjunto da classe. É fundamental articularmos espaços/fóruns unificados pela base em defesa da Educação Popular, a serviço da classe trabalhadora. Espaços esses que possam reunir estudantes universitários e secundaristas, servidores, professores e terceirizados. Possibilitando assim encamparmos campanhas, atos e mobilizações em conjunto, apoiando-nos mutuamente. Somente dessa forma poderemos romper o cerco dos ataques do Governo e das burocracias estudantis e sindicais em sua maioria hegemonizadas pelo governismo UNE/CUT/CTB etc.

Na tentativa de juntar algumas das diversas mobilizações que ocorrem atualmente no país, entidades sindicais e populares estão convocando uma jornada nacional de lutas, que vai do dia 17 a 26 de agosto, centrando num ato nacional dia 24 em Brasília. Em tal Jornada, a unidade estabelecida pelas cúpulas paragovernistas (PSTU e PSOL) ou governistas (MST, Condsef) prevê o predomínio de uma política burocrática do não-enfrentamento direto com o Governo Dilma/PT, alimentando as falsas e trágicas esperanças de que o “governo estaria em disputa”.  Como direção da ANEL, o PSTU demonstra o oportunismo da dita “política de unidade” ao convocar a tropa de choque o Governo, a UNE, para tal Jornada. 

A RECC não nutri nenhum tipo de ilusão sobre as direções desta Jornada nem mesmo na sua forma organizativa. A unidade deve se dar com os setores anti-governistas e com as bases em luta, não com as  burocracias pelegas e governistas que atuam contra os trabalhadores e estudantes.

A REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA defende a unidade pela base das categorias ligadas ao setor de educação. Tal unificação, no entanto, não deve ser uma mera soma de categorias, mas deve-se efetivar através de uma pauta transversalmente articulada, unificando sim as reivindicações econômicas, mas realizando um salto qualitativo pelo questionamento do sistema de educação como um todo, colocando em xeque o novo PNE neoliberal, as relações trabalhistas tal como terceirização e o uso de professores substitutos, os currículos voltados ao mercado, a forma de ingresso elitista no ensino superior etc. Convocamos, então, todos os estudantes secundaristas e universitários, técnico administrativos, terceirizados, professores da rede básica de ensino e das universidades a se unificarem para construirmos em conjunto e pela base a GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!


CONTRA O CORTE DE 3,1 BI NA EDUCAÇÃO DO GOVERNO DILMA/PT
PELA EFETIVAÇÃO DOS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS
PELA CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO
DERROTAR O NOVO PNE NEOLIBERAL!


 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Jornada de Lutas: ato nacional dia 24 em Brasília

A RECC CONVOCA TODOS E TODAS CAMARADAS ESTUDANTES, TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO E OS SETORES ANTI-GOVERNISTAS PARA COMPOR UM BLOCO COMBATIVO NO ATO NACIONAL DO DIA 24 DE AGOSTO EM BRASÍLIA

Diversas categorias de trabalhadores da educação se encontram mobilizadas neste momento. Podemos citar os servidores técnicos administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior – IFES que encontram-se em GREVE desde 6 de junho; também os professores das IFES com indicativo nacional de GREVE e mobilização para o início de agosto; 20 estados com servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica em GREVE; as várias redes estaduais com educadores atual ou recentemente paralisados ou em mobilização como RJ, RS, SC, CE, MG, RN etc. As reivindicações são, em geral, relativas à plano de carreira da categoria e reajuste salarial, mas também lutas reativas contra projetos de lei e medidas provisórias como a MP 549 que pretende um congelamento salarial por dez anos no serviço público ou a MP 520 que pretende privatizar os Hospitais Universitários no Brasil. Ou seja, tais lutas caracterizam-se por um aspecto reativo, onde a classe trabalhadora encontra-se da defensiva aos ataques dos governos e burguesia. Um exemplo disso é a intimação do STJ aos técnicos administrativos das IFES rompendo com legítimo direito de greve ao obrigar 50% de seu quadro ao trabalho; ou a manifestação do Governo afirmando que, por conta da crise, não haverá nenhum aumento salarial, obrigando a classe trabalhadora a pagar pela crise capitalista.

Somando ao quadro da educação, outras categorias como servidores públicos federais ou movimentos populares sem terra e sem teto, também se encontram obrigados a lutar para conquistarem ou não perderem direitos. Na tentativa de juntar algumas dessas mobilizações, diversas entidades sindicais e populares estão convocando uma jornada nacional de lutas, que vai do dia 17 a 26 de agosto, centrando num ato nacional dia 24 em Brasília. A RECC não nutri nenhum tipo de ilusão sobre as direções desta Jornada nem mesmo na sua forma organizativa. Ainda há o predomínio de uma política burocrática do não-enfrentamento direto com o Governo Dilma/PT, alimentando as falsas e trágicas esperanças de que o “governo estaria em disputa. Além disso, as reivindicações estão alicerçadas num débil método de negociações – leia-se enrolações – isoladas com o governo, mantendo a contradição do corporativismo na dita jornada de unidade.

Ainda assim, os estudantes organizados na Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC consideramos, pela presença de setores de base em curso com lutas locais, um espaço propício para atuar com propaganda, defendendo uma política independente para o que consideramos o fundamento da unidade: uma clara política anti-governista com alianças orgânicas pela base entre os setores, colocando em xeque as reformas e ataques neoliberais dirigidos pelo PT (na educação, previdência, trabalhista, sindical etc.). Expondo que não basta estar juntos, deve-se unificar efetivamente as pautas transversais entre as categorias e exigi-las, não por atos que mais parecem desfiles, mas por ações que coloquem toda a classe trabalhadora como protagonista, impondo uma ofensiva tática ao Governo, construindo a unidade pela base que permita a efetivação da GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO. Os ataques do Governo Dilma e da burguesia não são meros símbolos: são reais, e exigem uma resposta contundente da classe trabalhadora!

Assim, convocamos todos camaradas estudantes e trabalhadores da educação, os setores populares e demais frações trabalhadoras anti-governistas a procurarem imediatamente em suas cidades as entidades organizadoras e embarcarem nos ônibus rumo ao ato do dia 24 em Brasília, a fim de comporem um Bloco Combativo na marcha.

PARA NÃO TER PROTESTOS VÃOS, PARA SAIR DESSE ANTRO ESTREITO, FAÇAMOS NÓS POR NOSSAS MÃOS TUDO O QUE A NÓS NOS DIZ RESPEITO!
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!

sábado, 13 de agosto de 2011

Saudações da LSOC à Plenária Estudantil Classista e Combativa

Saudações a tod@s @s estudantes reunidos na plenária de estudantes,
Saudamos solidariamente a realização do encontro classista, combativo e sua justa luta cumprida pelos estudantes organizados na Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC. Consideramos fundamental a união dos trabalhadores do campo e da cidade, a união das classes produtoras para empreender a autogestão generalizada de toda a vida social e exercer o poder popular em oposição ao poder burguês que tanto massacra a classe trabalhadora no Brasil.

Seguiremos o caminho da luta direta dos trabalhadores ao corporativismo e a colaboração de classes implantadas pelo Sindicalismo de Estado e seqüentes governos fascistas. Entendemos que somente a luta direta e a decidida Greve Geral Expropriatória poderão barrar os ataques e exploração dos despossuídos.
ABAIXO A EXPLORAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS FÁBRICAS, CANTEIROS DE OBRAS E USINAS!

TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA!
 
 
LIGA SINDICAL OPERÁRIA E CAMPONESA DO BRASIL

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

[jun/11, UFRRJ] Plenária Estudantil Classista e Combativa


Relato da Plenária Estudantil Classista e Combativa:
  AVANÇA A ORGANIZAÇÃO E LUTA POR UM MOVIMENTO DE OPOSIÇÕES ESTUDANTIS!


Durante o dia 25 de junho de 2011, ocorreu na cidade de Seropédica-Rio de Janeiro, no campus da UFRRJ, a Plenária Estudantil Classista e Combativa, organizada pela RECC. Com o claro objetivo da necessidade de reunir e articular a militância estudantil para avançar a luta e enfrentamento aos ataques neoliberais do Governo Lula-Dilma e da burguesia, a pauta da Plenária buscou contemplar, por exemplo, o “novo” PNE – um pacote neoliberal para a educação. 

Primeiramente é importante colocar que, sendo a Plenária uma instancia organizativa que ocorreu de forma paralela e independente do Congresso da ANEL, nem por isso a RECC deixou de fazer propaganda de sua estratégia e programa classista e anti-reformista, combatendo mais especificamente o para-governismo do PSTU e ANEL para os estudantes ali presentes, muitos deles eleitos como delegados em processos altamente despolitizados e burocrático/quantitativos.

A Plenária Estudantil Classista e Combativa conseguiu reunir durante todo o dia 25, cerca de 70 estudantes, entre universitários e secundaristas das seguintes instituições: UnB, UFC, UFF, UEM, UNESP/Marília, PUC-Rio, UFRJ, UEL, UFRRJ, UNESP/Franca, UFPE, USP, Centro de Ensino Médio 01 (DF), UCSAL, UFMA, Liceu Maranhense, Centro de Ensino Coelho Neto (MA), IFBA-SF e CIEP 432 A. Cavalcanti (RJ), além de receber duas cartas de adesão - uma do coletivo Pedagogia em Luta-UFC e outra de uma estudante de psicologia da UFC. Além disso, contou com a presença e apoio de camaradas do movimento sindical (petroleiros-GLP, professores, servidores públicos, “precarizados”) que levaram a saudação do Fórum de Oposição pela Base e as saudações revolucionárias de um ex-comandante político-militar do PCBR.

A Plenária abriu com a apresentação da pauta e da dinâmica organizativa do espaço. As pautas estavam dividas em: 1) Apresentação da Plenária e da RECC; 2) Informes das lutas locais – aberto para as falas de todos camaradas; 3) Política Neoliberal do Governo e Reorganização do ME – onde dois militantes da RECC apresentaram o tema e abriu-se para o debate; 4) Encaminhamentos. Depois da janta ocorreram os GDs de movimentos de curso, onde os estudantes se dividiram em Ciências Sociais, Serviço social, Pedagogia e História.

Apesar do tempo de apenas um dia para debater temas tão importantes, os debates e encaminhamentos da Plenária com certeza foram um marco no processo de reorganização anti-governista e classista da luta dos estudantes-proletários brasileiros.

Na primeira pauta foi ressaltada a importância histórica daquele espaço de articulação para a luta estudantil e do processo maior, da trajetória da RECC, que veio a culminar naquela Plenária. Fez-se um pequeno retrospecto dos dois anos de atuação incansável da RECC em importantes lutas estudantis pelo passe-livre, contra o Novo ENEM e vestibular, contra o REUNI, pela assistência estudantil, contra o PNE e o corte orçamentário na educação.

Os informes de camaradas de Fortaleza, de Marília, de Salvador, de secundaristas de Brasília etc. foram muito importantes para qualificar a crítica aos reformistas governistas (UNE e UBES) e para-governistas (ANEL), assim como para demonstrar diversos processos de lutas pelo país que tornam urgente a organização e direção sob um programa classista e combativo. Nos informes ficou latente a vontade de participar, de expor suas realidades e lutas locais, por parte da estudantada.

A terceira pauta: “Política Neoliberal do Governo e Reorganização do ME” foi aberta pelos camaradas da RECC que muito bem apresentaram as determinações internacionais e imperialistas das atuais políticas educacionais, tais como o Ensino Médio Inovador, Reforma Universitária, REUNI e como na prática estas políticas estão articuladas com a burguesia nacional no processo de acumulação capitalista no setor educacional, onde vemos surgir instituições de ensino privada em cada esquina, onde vemos fundações e empresas privadas orientando grande parte da produção científica etc. Na parte de reorganização do ME, foi feito uma retrospectiva da luta estudantil brasileira, desde os períodos combativos da UNE na década de 60, passando pela “redemocratização” e refundação da UNE em 1979 totalmente vinculada aos “ventos” democrático-burgueses e reformistas da UJS/PCdoB. A análise ainda caracterizou de forma mais clara a conjuntura atual, o Governismo da UNE e UBES e Para-governismo da ANEL.

No debate, camaradas de todas as regiões e estados participaram e contribuíram com as análises, seja dando mais detalhes locais sobre os impactos das políticas neoliberais nos seus estados, seja abordando temas teóricos relativos à educação ou reorganização do movimento de massas brasileiro.

Após os debates foi feito uma síntese de encaminhamentos que foram apresentadas e aprovadas na Plenária. Os encaminhamentos foram:

Linhas de atuação:
1) Unificação das lutas de estudantes e trabalhadores da educação a partir da ação direta de massas em oposição ao parlamentarismo;
2) Construir oposições e grêmios classistas e combativos nos respectivos locais de estudo;
3) Realizar blocos estudantis classistas nos atos e mobilizações com as pautas defendidas pela RECC (passe livre, assistência estudantil etc.);
4) Fortalecer a Semana Nacional Classista e Combativa (na semana do dia dos estudantes);
5) Reforçar o trabalho de base por fora da UNE e deslegitimação da mesma;

Campanhas:
1) ABAIXO OS CORTES NA EDUCAÇÃO E O PNE NEOLIBERAL!
2) PASSE LIVRE OU REBELIÃO!
3) CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!

Para construir as campanhas:
1) Fazer um panfleto/comunicado unificado explicativo e agitativo com os motes das campanhas deliberadas;
2) Realizar uma reunião virtual para reforçar e encaminhar as campanhas;
3) Realizar pinturas pelos muros das cidades e instituições de ensino com os motes das campanhas.

A Plenária Estudantil Classista e Combativa acabou com a leitura destas deliberações e, após a leitura todos os estudantes e trabalhadores presentes na Plenária se levantaram e entoaram o hino histórico (e mais do que atual) da classe trabalhadora mundial: “A Internacional”. Certos de que, apesar de ainda minoritários, nossos esforços estão dando resultados e nós estudantes proletários quando munidos de um programa e uma estratégia corretos, somos capazes de superar qualquer adversidade, caminhando lado a lado com nossa classe. Certos de que estamos fortificando e estreitando os laços desta rede de oposições estudantis, da corrente classista e combativa dos estudantes brasileiros.



“FAÇAMOS COM NOSSAS MÃOS TUDO O QUE A NÓS NOS DIZ RESPEITO.”
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!
ABAIXO OS CORTES NA EDUCAÇÃO E O PNE NEOLIBERAL!
VIVA A REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA!
ABAIXO UNE E UBES PELEGAS!
POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR!



domingo, 7 de agosto de 2011

NOTA DE ESCLARECIMENTO E APOIO DO COLETIVO "PEDAGOGIA EM LUTA" À GREVE DOS SERVIDORES TÉCNICO ADMINISTRATIVOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS


Os servidores técnico-administrativos da UFC estão em greve e lutando por melhores condições de trabalho para a categoria. A importância dos servidores é incontestável para a rotina da universidade e se torna ainda mais evidente no início do semestre com o período de matrículas.

Desde o semestre passado que o processo de matrículas se mostra conturbado e problemático para servidores, professores e alunos, com percalços causados pelo Novo Enem e agora pela introdução do SIGAA. A expansão sem qualidade ofertada pelo REUNI, que aumentou o número de estudantes sem melhorar a estrutura da universidade e nem oferecer a devida assistência estudantil, foi também extremamente sofrível para os trabalhadores de nossa universidade, pois não foram realizados mais concursos para suprir a carência de novos servidores. Assim, novos concursos para servidores técnico-administrativos, com o intuito de melhorar não apenas as condições de trabalho, mas também a qualidade no atendimento a nossos estudantes é uma das justas reivindicações dessa greve.

Outra bandeira fundamental é a retirada do PL 1749/11, que compromete o funcionamento do HU (Hospital Universitário) enquanto serviço essencialmente público, pois prevê a intervenção de fundações de apoio privadas, além da contratação de terceirizados, comprometendo a utilização do serviço pela classe trabalhadora que já o recebe de forma precarizada, introduzindo diversos subempregos e reduzindo os concursos públicos.

Pelo que foi exposto e pelo que vivenciamos, convocamos os estudantes e professores a apoiarem os servidores nessa luta contra a precarização e por melhores condições de trabalho e estudo na universidade!

COLETIVO PEDAGOGIA EM LUTA

  TODO APOIO A GREVE DOS SERVIDORES TÉCNICO- ADMINISTRATIVOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS!
  CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS HU's! 
  CONCURSO PARA NOVOS SERVIDORES!
  POR UMA EDUCAÇÃO A SERIÇO DA CLASSE TRABALHADORA!